domingo, 15 de março de 2015

Indicação de filme (História)

Filme : Cromwell, o chanceler de ferro

O filme Cromwell de 1970, está baseado na vida e feitos de Oliver Cromwell que liderou as forças do parlamento de Inglaterra durante a Guerra Civil e, mais tarde com o título de Lord Protetor, dirigiu a Grã Bretanha e irlanda em meados do século XVII.

Fatos Históricos:  
Oliver Cromwell descendia de Catherine Cromwell (nascida cerca de 1483), uma irmã mais velha do estadista Tudor, Thomas Cromwell. Apesar de ter casado, manteve o seu nome, possivelmente para manter a ligação com o seu tio famoso. Das suas crianças, Richard Cromwell (1500-1544) foi o pai de Henry Cromwell (1524 - 6 de Janeiro de 1603). As tendências extravagantes de Henry deixaram os seus herdeiros, incluindo o seu filho Robert Cromwell, Escudeiro (1560-1617) com uma herança que incluía terra mas nenhum dinheiro. Oliver nasceu do casamento de Robert Cromwell com Elizabeth Steward ou Stewart(1564 - 1654) a 25 de Abril de 1599. 

Oliver nasceu em Huntingdon, no condado de Huntingdonshire em East Anglia. Ele foi um fazendeiro fidalgo, mas teve de a sua quinta e terras para pagar as dívidas acumuladas. devoto da seita Puritana radical, tornou-se um membro evangélico. 

Consta que Cromwell estava a ponto de viajar para encontrar o seu tio na Virginia, como fizeram muitos puritanos, mas que desistiu pouco antes de fazê-lo. Decidiu então concorrer ao cargo de deputado (Member of Parliament - MP) por Huntingdon, no Parlamento de 1628, que seria posto em recessso pelo rei no ano seguinte. O seu discurso inaugural foi a defesa de um democrata radical que tinha argumentado a favor do voto universal num panfleto não autorizado. Ele também se destacou na defesa das gentes da região de The Fens ante os proprietários ricos que pretendiam expulsá-los das suas terras. 

A influência de Cromwell como comandante militar e político durante a Guerra Civil Inglesa alterou dramaticamente o panorama político das ilhas britânicas. Tendo aderido ao exército sem qualquer experiência militar com a idade de 43 anos, ele recrutou uma unidade de cavalaria e ganhou experiência e vitórias numa sucessão de batalhas em East Anglia. Promovido a General em comando da cavalaria no exército “New Model Army” (Exército de Novo Tipo, porque não se compunha de mercenários mas de pessoas que acreditavam firmemente em sua causa), ele treinou os seus homens para rapidamente se reagruparem após um ataque, tática usada inicialmente com grande sucesso na batalha de Naseby. Dessa maneira, acabou substituindo o comandante anterior do Exército, o conde de Essex, que certa vez afirmou, durante a Guerra Civil: “Se vencermos o rei cem vezes, ele ainda será o rei; mas, se ele nos derrotar uma única vez, seremos enforcados”. Para Cromwell, essa frase tornava inútil todo o trabalho de luta pelos ideais parlamentares e puritanos. Com o sucesso militar veio o poder político, até que se tornou o líder político do seu tempo. 

A chamada “segunda guerra civil”, que teve início em 1648 após a fuga de Carlos I de Inglaterra da prisão, sugeriu a Cromwell que não seria possível obter um compromisso com o rei. Houve tentativas nesse sentido, inclusive com Cromwell se opondo aos que primeiro defenderam a deposição ou execução de Carlos. Finalmente, o rei foi julgado, condenado à morte e decapitado. Costuma-se atribuir a Cromwell a principal responsabilidade pela condenação e morte do monarca em Janeiro de 1649, embora ele tenha sido julgado pelo Parlamento - ou pelo que restava deste - e houvesse 59 signatários no mandato de execução. Note-se que o “warrant” de execução manda matar “o rei de Inglaterra”, ao contrário do que acontecerá no julgamento de Luís XVI, rei de França, em 1793, quando o ex-monarca é referido sempre como “Luís Capeto”. Como observa Cromwell na ocasião, “executaremos o rei com a coroa na cabeça” (o que, é claro, deve entender-se em sentido figurado). 

As ações de Cromwell tornaram-no muito impopular na Escócia e Irlanda, as quais sendo nominalmente independentes, eram efetivamente dominadas por forças inglesas. Em particular, a supressão dos monarquistas na Irlanda em 1649 ainda é recordada entre os irlandeses. O massacre de 3500 pessoas em Drogheda após a tomada desta cidade, compreendendo 2700 soldados monarquistas e todos os homens da cidade que portassem armas, incluindo civis, prisioneiros e padres católicos, é uma memória histórica que alimenta o conflito católico-protestante irlandês-inglês por mais de três séculos. 

Cromwell justificou ter ordenado o massacre porque os defensores da cidade continuaram a lutar, em violação das normas de combate, mesmo depois das muralhas da cidade terem sido penetradas. 

Hoje, Cromwell é designado pejorativamente de carniceiro em Irlanda. 

Na sequência da vitória, a monarquia foi abolida e entre 1649 e 1653 o país tornou-se uma república, há muito uma raridade na Europa. A república foi chamada de “Commonwealth of England”. 

Muitas das ações de Cromwell que se seguiram ao fim da guerra civil parecem-nos hoje pouco sábias ou hipócritas. Ele foi cruel no controle das revoltas que ocorreram dentro do próprio exército no final da guerra (ligadas a falhanços no pagamento das tropas) e mostrou pouca simpatia pelos Levellers, um movimento igualitário que contribuiu fortemente para a causa do parlamento. A sua política externa conduziu à primeira Guerra Anglo-Holandesa em 1652 contra a república dos 7 Países Baixos, que acabou por ser vencida pelo almirante Robert Blake em 1654. 

Uma vez que o rei tinha sido executado, deixou de existir uma causa comum, e o apoio unânime dissolveu-se, tendo as diferentes facções do parlamento retomado o combate político entre si. Numa repetição das ações que o anterior rei tinha tomado e que contribuíram para a guerra civil, Cromwell dissolveu o parlamento republicano num episódio conhecido como o “Rump Parliament” em 1653 e tomou o controle pessoal, como um ditador militar, efetivamente. 
Oliver Cromwell autorizou a ida de judeus para a Inglaterra, acedendo aos pedidos de Menasseh ben Israel, o rabi holandês de origem portuguesa. Em 1290, Eduardo I de Inglaterra tinha expulsado os judeus.

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