A Constituição de 1791
Em setembro de 1791, foi promulgada a primeira Constituição da França que
resumia as realizações da Revolução.
Foi implantada uma monarquia constitucional, isto é, o rei perdeu seus poderes
absolutos e criou-se uma efetiva separação entre os poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. Além disso, foram concedidos direitos civis completos
aos cidadãos. A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos. Somente
os cidadãos ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou propriedades,
participavam da vida política. Era o voto censitário. Os passivos eram os
não-votantes, como mulheres, trabalhadores desempregados e outros.
Apesar de ter limitado os poderes do rei, este tinha ainda o direito de
designar seus ministros.
De mais, a constituição aboliu o feudalismo, nacionalizava os bens
eclesiásticos e reconhecia a igualdade civil e jurídica entre os cidadãos.
Em síntese, a Constituição de 1791 estabeleceu na França as linhas gerais para
o surgimento de uma sociedade burguesa e capitalista em lugar da anterior,
feudal e aristocrática.
Apesar disso, este projeto não teve muita sustentação. Alguns setores urbanos
queriam continuar com o processo revolucionário, enquanto nobres fugiam e se
refugiavam no exterior, planejando à distância organizar violentamente uma
revanche armada. Os emigrados tinham apoio de Estados Absolutistas como Áustria
e Prússia, que viam o resultado do movimento revolucionário francês como
perigoso para os seus domínios.
Em agosto de 1791, após a tentativa frustrada de fuga da família real para a
Áustria, os países que até então apoiavam a França lançaram a Declaração de
Pillnitz, que afirmava (e apoiava) a restauração da monarquia francesa como um
projeto de interesse comum a todos os Estados europeus. A população francesa
ficou enfurecida, pois enxergava esta ação como uma intromissão direta aos
assuntos.
Constituição: a Constituição de 1793. Na
Constituição Jacobina continham princípios que satisfazia a população porque
garantia-lhe direitos e poder de decisão. Vejamos os mais importantes pontos da
nova Constituição:
·
Voto Universal ou Sufrágio Universal - Todos os cidadãos homens maiores de idade, votam.
·
Lei do Máximo ou Lei do Preço Máximo – estabeleceu um teto máximo para preços e salários.
·
Venda de bens públicos e dos emigrados para recompor as finanças
públicas.
·
Reforma Agrária – confismo de terras da
nobreza emigrada e da Igreja Católica, que foram divididas em lotes menorese
vendida a preços baixos para os camponeses pobres que puderam pagar num prazo
de até 10 anos.
·
Extinção da Escravidão Negra nas Colônias Francesas – que acabou por motivar a Revolução
Haitiana em 1794 e que durou
até 1804 quando no Haiti aboliu-se a escravidão.
·
Organização dos seguintes comitês: o Comitê de Salvação Pública,
formado por nove (mais tarde doze) membros e encarregado do poder executivo, e
o Comité de Segurança Pública,
encarregado de descobrir os suspeitos de traição.
·
Criação do Tribunal
Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução e geralmente os
condenavam à Guilhotina.
Ressalta-se
que para que os Jacobinos pudessem alacançar o poder político do Estado e
assumí-lo, teve que contar com um apoio fundamental: os sans-culottes. Ossans-culottes eram indivíduos populares –
normalmente desempregados e assalariados, a plebe urbana – que eram
identificados pelo frígio, ou
barrete, vermelho que usavam sobre suas cabeças.
Os sans-culottes acabaram por se tranformar em uma
força motora da revolução. Isto é, como era formado por uma massa de
indivíduos, graças as ações violentas dos mesmos que os Jacobinos, ligados a
eles, chegaram ao poder. Definitivamente ossans-culottes tiveram um papel fundamental no
processo revolcionário francês já que correspondiam as aspirações populares.
Porém,
mesmo com o apoio dos sans-culottes e estando na direção política do
Estado realizando determinadas reformas políticas e sociais significativas, os
Jacobinos não duraram muito no poder devido ao que implantaram durante sua
República – a Era do Terror.
Robespierre, líder supremo dos Jacobinos, decidiu implantar a Era do Terror. Mas o que
significou isso? Significou que era necessário agir de modo ditatorial para
alcançar um governo democrático e assegurar as conquistas instituídas pelas
reformas que se realizavam. Para tais fins teve que Robespierre impor o poder
do Estado sobre a população e condenar todos os que eram considerados suspeitos
de traição à Guilhotina. Foi o período em que a Guilhotina foi mais usada. Até
mesmo líderes Jacobinos próximos a Robespierre, como Danton por exemplo, foram
guilhotinados. O excesso de terror fez com que os Girondinos articulassem um
Golpe de Estado – o golpe “9
do Termidor” – e
derrubassem com a República Jacobina, guilhotinando inclusive
Robespierre. Iniciava-se a terceira fase revolucionária.
Constituição Francesa de 1795
A Constituição nacional, redigida pela Convenção de Thermidor a 22 de agosto de
1795 e aprovada por plebiscito em setembro do mesmo ano, em plena Revolução Francesa,
foi aplicada até 9 de novembro de 1799, altura em que Napoleão Bonaparte
provocou um golpe de Estado que instaurou o Consulado. Foi por intermédio deste
documento que se instituiu o Diretório, uma vez que entretanto o governo de
Maximilen de Robespierre tinha caído (27 de julho de 1794 ou 18 Brumaire) e se
tinha tornado necessário constitucionalizar o novo governo. Conhece-se a dita
Constituição igualmente com os nomes de Constituição do Ano III (do calendário
republicano que se iniciou a 22 de setembro de 1792) e Constituição de 22 de
agosto de 1795.
A Constituição, elaborada pela recusa da que tinha sido feita em 1793,
pretendia conjugar uma ordem social estável e que contemplasse as liberdades
individuais com a igualdade indiscriminada perante a lei. Assim, o aparelho
legislativo viu reduzido o seu poder ao ser bipartido, formando a Câmara dos
Deputados (Conselho dos Quinhentos, que elaborava as leis) e o Senado (Conselho
dos Anciãos, que tinha a função de aceitar ou recusar as propostas de lei
elaboradas pela Câmara dos Deputados), constituído por 250 membros. Criou-se
também um outro gerido por cinco diretores (por isso o nome de Diretório dado
ao regime), de cariz executivo e que dirigia a diplomacia, aplicava as leis e
nomeava os altos funcionários e ministros. Deste modo, ao acentuar-se o fosso
entre os diferentes poderes, dificultava-se a emergência da ditadura
revolucionária. Não foi, contudo, prevista a criação de algum organismo que atuasse
em caso de conflito entre estes poderes. Esta Constituição proibiu também a
manifestação pública de associações ou ajuntamentos não só partidários mas de
outras naturezas, de forma a evitar que fações políticas e distúrbios de massas
pudessem colocar em causa o equilíbrio do Estado. Foi neste documento onde pela
primeira vez se instituíram direitos com referência direta ao comportamento
humano e não a ideais filosóficos ou jurídicos.
Site :
Vídeo Aula :
https://www.youtube.com/watch?v=Unx9IIS58S8